A flexibilização de limites é, portanto, uma proposta que surge com a própria modernidade estética e está envolvida na dissolução de fronteiras rígidas entre figura e fundo, objeto e espaço, interior e exterior. Reflita agora sobre as duas fotografias de moda das obras de Poiret e Versace e compare-as do ponto de vista de sua plasticidade.
Debata: como se caracterizam as relações entre corpo e espaço em cada obra?
Resposta:
A vestimenta de Poiret dialogava com o uso das linhas sinuosas que eram usadas no design e na arquitetura da Belle Époque, o Art Nouveau. O Fantasio, rompe com os espartilhos, moda comum da época, e cria o mistério para o que pode estar por debaixo dele ao mesmo tempo em que liberta os movimentos. A dissolução das fronteiras rígidas permitia vestes que dessem preferência ao movimento feminino, onde a “sensualidade” cabia ao “fazer feminino” a interação do corpo com a vestimenta, e não às curvas e aos volumes.
Versace produziu em uma sociedade completamente liberta, onde o desprendimento das regras e dogmas já havia sido conquistado. Assim, no final dos anos 80 e início dos anos 90, o estilista utilizava de recursos para afirmar toda a conquista feminina, usando a sensualidade e explorando isso com fendas, pedaços de perna e braços a mostra, decotes e modelagens bem mais próxima do corpo dando voluptuosidade às peças e aos corpos.
Nas vestes de Poiret e Versace podemos notar o mistério, o casaco que esconde e o vestido que mostra a sinuosidade feminina assim, temos o duelo mostrar / esconder.
Estudando a Sinuosidade lembrei-me logo de Oscar Niemeyer e o Edifício Copan em São Paulo.
Com relação à questão levantada pelo professor sobre a linha reta e linha curva acredito que a linha curva por ser mais livre e dinâmica pode sugerir um movimento sem regras, provendo um movimento perfeito ou mesmo caótico; enquanto a linha reta sugere um caminho reto, algo em perfeita ordem.
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