23 de jan. de 2012

Pós em artes visuais: proposta da atividade prática nº 12

Proposta:

    Muitas das obras que estudamos até aqui abordam, cada qual à sua maneira, questões relacionadas ao corpo humano. Vimos, por exemplo, como os trabalhos minimalistas e a land art envolvem a presença física e a percepção espacial do espectador; como o neoconcretismo brasileiro explora os sentidos corporais do tato e do movimento; e como diversos estilistas e designers reavaliaram a relação entre o corpo e os materiais, formas e conceitos de roupas ou objetos. Além disso, o texto de Charbelly Estrella deixa claro que o agenciamento social do corpo sempre abarca questões bem mais profundas do que a simples proteção física.
    Agora, desenvolva um trabalho tomando como ponto de partida uma questão relacionada ao corpo, que pode ou não ser ligada ao vestuário. Reflita: que significados você atribui ao corpo? Pense na importância do corpo nas artes visuais, não somente como tema e objeto, mas também como núcleo sensorial que propicia todas as nossas experiências espaciais e temporais.
   Para realizar seu trabalho, você pode empregar quaisquer recursos ou linguagens e, se quiser, pode interpretar uma dessas sugestões:
  • a escala humana – a relação entre as dimensões do corpo e dos demais objetos; os sentidos (tato, olfato, audição, paladar, visão);
  • o envelhecimento;
  • os discursos e valores culturais relacionados ao corpo, suas imagens e representações;
  • as interações entre os corpos;
  • as relações entre interior e exterior mediadas pela pele;
  • os processos orgânicos internos (digestão, circulação, respiração, transpiração, etc.).
   Seu trabalho terá como referência um grupo de três a cinco obras, de qualquer linguagem ou campo de criação visual, que você vai pesquisar e selecionar nos materiais do curso, na Internet ou em outras fontes de seu interesse. Defina a sua questão a partir de diálogos com essas obras de referência e prepare a sua apresentação visual, que ocorrerá no próximo encontro presencial do curso. Além disso, elabore um texto, com no máximo duas laudas de extensão, que exponha e explique a sua questão, bem como a interpretação visual que dela realizou. Nesse mesmo texto, comente as relações que estabeleceu entre as obras de referência escolhidas e o trabalho criado. Envie seu texto ao tutor.

Resposta:
Dizem que o tempo ameniza
Isto é faltar com a verdade
Dor real se fortalece
Como os músculos, com a idade

É um teste no sofrimento
Mas não o debelaria
Se o tempo fosse remédio
Nenhum mal existiria
Emily Dickinson
Tendo como base o último fórum e questão individual, respectivamente números 15 e 9, onde foram relacionadas obras que tinham como referência o Tempo, escolhi como tema da atividade prática o Envelhecimento.
Uma das primeiras constatações que fazemos na infância é que a maioria das coisas que vemos ou conhecemos, inclusive seres humanos, animais e objetos, se modifica ou se deteriora com o passar do tempo. Há quem encare o envelhecimento como algo inevitável, outros levam uma parte substancial de suas vidas em atividades destinadas a deter ou anular os efeitos indesejados do envelhecimento.
Vivemos literalmente cercados de coisas vivas e inanimadas que estão continuamente mudando com o tempo. O envelhecimento é parte onipresente de nosso mundo material e vivo, e acabamos percebendo que o fenômeno está ocorrendo também conosco. O envelhecimento é a única certeza da qual todos nós compartilhamos.
Podemos citar como exemplo de obras que tomam o tempo e o envelhecimento como inspiração, a pintura A persistência da memória (1931) de Salvador Dali, o artista procurou subverter a própria idéia de que a realidade possa ser medida e de que a experiência do tempo possa ser controlada racionalmente. Como o título indica, o quadro se refere à memória como um tempo alargado, em que a lembrança do passado retarda o presente e adia o futuro dissolvendo os limites temporais.
O Trenzinho (1966) de Mira Schendel, feito de frágeis folhas de papel penduradas em um fio, nos remetem a fragilidade do tempo, ou melhor, o envelhecimento.

Ícone da fotografia mundial, a imagem da menina afegã Sharbat Gula, de olhos verdes expressivos, do fotografo Steve McCurry que foi capa da revista National Geographic, em 1985. Dezessete anos depois, o fotógrafo reencontrou a garota, com o rosto desgastado pela guerra.
Todo mundo adora ver um gatinho, um cachorrinho, um bebê fazendo arte. Eles são mesmo muito fofos, mas o que eles têm em comum é que são filhotes. Assim como os rostos de pessoas jovens, as carinhas redondas dos filhotes dominam a mídia. É raro nos depararmos com rugas, com cabelos brancos, com flacidez e mais raro ainda nos depararmos com a velhice dos bichos. Por isso, a minha proposta para este trabalho é uma série de fotos sobre a velhice humana e dos animais.

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